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Sábado - 19 Julho 2025

REPORTAGEM: II Conferência de Energia da CPLP em Cascais

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Teve lugar em Cascais, no Centro de Congressos do Estoril, nos dias 27 e 28 de maio, a II Conferência de Energia da CPLP, onde estiveram presentes 320 pessoas acreditadas, num total de 350. O Jornal Comunidades Lusófonas esteve a acompanhar os trabalhos. A Conferência teve como base a transição energética, e os desafios das energias renováveis como meta a atingir em 2030. Fizeram-se representar os quatro continentes, com convidados ao nível Ministerial, bem como representantes de empresas públicas e privadas dos respetivos países da CPLP, o Banco Mundial e o PNUD, das Nações Unidas, também marcaram presença.

Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais

A abertura da conferência ficou a cargo do Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, e Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa.

Zacarias da Costa, Secretário Executivo da CPLP

Passados 10 anos da primeira Conferência de Energia da CPLP, ficou acordado que esta deveria ser feita com mais regularidade, tendo sido sugerido pela Presidente da ALER a próxima para 2027.

Os desafios energéticos, com as renováveis, e desenvolvimento sustentável, estiveram em debate, onde todos congregaram da mesma premissa, união, ação no terreno, e compromisso de atingir as metas até 2030.

Os vários oradores, estavam ao mais alto nível, com a presença do Primeiro Ministro de São Tomé e Princípe, Américo Ramos, onde deixou palavras de grande orgulho pelo trabalho realizado pela atual presidência da CPLP.

Promover uma energia autosuficiente, com países de baixos recursos energéticos, também referiu o crescente talente humano da juventude, que “tem hoje a função de energia estratégica”, e reduzir a dependência externa.

Salientou a importância das energias renováveis, solar e oceanos, bem como a partilha de conhecimento científico, e que tem sido feito um investimento qualificativo.

“A energia de hoje, é um dos pilares da energia sustetável, que tem como objetivo a erradicação da pobreza, e que a CPLP tem de ser “mais ambiciosa”, adiantou o Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe.

Todos os oradores pareciam alinhados no que toca à aplicabilidade dos objetivos que estão no papel para as ações no terreno, todos se comprometeram em cumprir essas metas até essa data. “É um projeto muito ambicioso”, como todos referiram, mas com determinação e esforço se conseguirá “atingir estas metas”, afirmaram.

No primeiro dia de debate de alto nível, contou-se com a presença ministerial de todos os países da CPLP, Portugal fez-se representar pela Ministra do Ambiente e Energia, Marta da Graça Carvalho, onde destacou a importância da conferência, e que Portugal, como os seus congéneres da CPLP, se comprometeu também a atingir as metas que estão propostas, e que vê com boas perspetivas para a lei do clima e a redução da eliminação de poluentes até 2030. Perspetiva que até 2026 Portugal tenha 80% da sua energia a transição das fóssei em energias renováveis.

Também fez referência à grande preocupação no que diz respeito ao armazenamento das hídricas, nas barragens e as baterias, não ficaram esquecidas. Referiu a importância da energia verde com o plano para o bio metano, na agricultura, e no hidrogénio verde, e a luta contra a pobreza energética no país, que ronda os 20%.

“A transição tem de ser justa”, reafirma a Ministra, e maior eficiência energética no consumo.

Francisco da Costa Monteiro, Ministro do Petróleo e Recursos Minerais, de Timor Leste, por sua vez, como produtor e expostador de petróleao, também reafirmou que a descarbonização, é para todos os membros da CPLP. Ainda há muita dependência do petróleo, como fonte energética. E encontra muito desafios para a transição energética, onde têm feito investimentos avultados nas energias renováveis, apostando na energia eólica e hídrica.

A CPLP é um espaço com muita potencialidade, os países são todos diferentes, mas deve-se reforçar as relações políticas e diplomáticas.

O Ministro da Indústria, Comércio e Energia, de Cabo Verde vé um potencial dentro da CPLP, e estão também no caminho das energias sustentáveis.

O Brasil referiu que a energia e o ambiente, andam de mãos dadas, a questão do solar, é uma solução, mas ainda comporta os seus desafios.

Arlindo Bota, Secretário de Estado da Energia, de Angola, afirma que a CPLP é uma infraestrutura político-diplomática importante, e que vai desde o Minho até Timor Leste.

Para São Tomé a solução está mesmo à frente, é importante que o Banco Mundial e o Banco Africano se reunam mais.

O Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe realçou a importância da CPLP como veículo daquilo que é a preocupação dos Estados. A luta contra a pobreza, a energia desempenha um papel fundamental “trás desenvolvimento”.

Para o Executivo da CPLP, Zacarias, salienta que a CPLP é “um ator relevante e credível”.

“Não podemos ter desenvolvimento económico se não tivermos acesso à energia”, são estas as palavras de Joseph Nganga. Há muita informação sobre a energia, mas são documentos e dossies que estão em Inglês, o que implica uma barreira na CPLP, onde a Inteligência Artificial desempenha aqui um papel muito importante, na tradução para português” referiu.

Para a Agência Internacional de Energia (AEI), tem de haver um aumento no investimento para as energias renováveis nos países, para que se consiga atingir os objetivos propostos.

O PNUD, representado por Carlos Salgado, especialista Regional de Energia, referiu que o Brasil e a Índião estão a avançar. Em África estão a ver como é que podem ajudar este continente em desenvolvimento positivo.

Cabo Verde, tem feito um trabalho meritório, o país sofre muito com a escassez de água, no entanto sabe aproveitar as energias de que tem ao seu dispor, o vento é muito forte, e nos próximos quatro anos pensam chegar a 100% no arquipélago. Há investimento privado.

Grandes desafios enfrenta a Guiné-Bissau, 100% da energia consumida provém das hídricas. A energia solar, é um grande potencial. O Banco Mundial está a implementar essa energia para todo o interior do país. Há investimento privado em projetos fotovoltaicos.

A Guiné Equatorial, mencionou que a energia não é um bem de luxo, mas uma necessidade, sobretudo nas zonas mais pobres. O país possui três grandes centrais eletricas. Assinaram um protocolo com os países vizinhos. A renovação do setor, e instalar as energias renováveis, e a formação dos jovens são uma prioridade.

Moçambique salientou que está em curso a transição energética, mas que fica muito oneroso levá-la a todo o país, tomando como opção a energia solar, que se torna menos dispendioso. Referiu que as parcerias são bem-vindas, no plano técnico e científico.

Muitos oradores do setor público e privado estiveram presentes e convergiram para a transição energética, ser a solução do futuro para um planeta mais equilibrado e sustentável.

Na sessão de encerramento Gabiel Maquengo, Diretor Geral de Energia de São Tomé e Príncipe, deixou uma reflexão: “Um dos desafios é garantir a energia, é um direito humano, a centelha que acende no campo, e nas casas. Sem energia não há justiça social …nenhum cidadão lusófono deve ser deixado na escuridão”.

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