D. Orquídea é proprietária de uma pequena fábrica de fumeiro tipicamente português, feito à moda antiga. A fábrica é composta por três pessoas que se encarregam de fazer encomendas que abrangem todo “o território nacional, passando por Espanha, França, e dá a volta ao mundo indo para além de Vera Cruz (Brasil)”, refere a mesma.
O Jornal Comunidades esteve à conversa com D. Orquídea Fonseca, proprietária da pequena fábrica de fazer fumeiro, localizada em Stª Eugénia, Concelho de Alijó, Distrito de Vila Real.
Este pequeno “negócio” de fumeiro, alheiras, chouriços e salpicões, é tudo feito manualmente e conta com a colaboração do seu pai, que deu inicio a esta atividade há 38 anos.
Esta atividade começou com um senhor em Santa Eugénia que fazia fumeiro, que vendia por várias localidades, e decidiu reformar-se.
Na altura “o meu pai ficou com o “negócio” desse senhor”, que eram quatro panelas e as pessoas que faziam em 1985”, teria D. Orquídea nove anos na altura.
“O meu pai sempre se dedicou a esta atividade, entretanto em 2006 decidi fazer a cozinha regional”, ficou tudo legalizado, obtiveram as licenças para poderem vender todo o ano, e assim surgiu o seu sustento. “Somos três pessoas a trabalhar atualmente, e o meu pai também trabalha connosco.
“O nosso fumeiro vai para toda a parte do mundo, já foi para o Brasil, Estados Unidos, Canadá, Angola. Mas o forte é Espanha, França, Luxemburgo, Suíça Bélgica, aqui na Europa. Vende-se mais, aos emigrantes, que vêm todo o ano, mais concretamente em agosto e no inverno.
Quando comem o nosso fumeiro, os emigrantes trazem sempre na lembrança a juventude e a infância, e “serve para matar saudades”. As pessoas que mais pedem andam na casa dos 40, 50, e 60. Os mais jovens já não apreciam muito estas “iguarias”. Vêm com os pais, mas não são consumidores.
O negócio corre bem. “A minha participação é mais ao nível da orientação. Os produtos que fazemos são: Alheiras, o Chouriço de Carne, Salpicão de Lombo e do Cachaço, e o Chouriço de Sangue, é parecido à Morcela, mas não, é chouriço daqui desta região”.
Esta atividade “é o suficiente para nós, para aumentá-la teria de criar uma estrutura maior, mas o que mais eu gosto é desta forma tradicional de fazer o fumeiro”.
Saímos da pequena fábrica com o apetite bem apurado, as alheiras e restante fumeiro tinham um “ótimo aspeto”. Lá trouxemos umas quantas para experimentarmos mais tarde.