5. Capítulo
A Saudade do Emigrante –
O Sonho da Ilusão do Regresso
“Uma nova Hora repleta de Esperança!” – realçava a Revolução e procurava ao longe a Linha do Horizonte. Por um pequeno Momento esquecida no Tempo e Silêncio seus pensamentos voavam para longe. Constatando que precisava de regressar à Realidade, ouvia-se a Voz da Saudade. Saudade que contava das por vezes esquecidas Histórias da Emigração. A Guerra Colonial, Ausência de Condições, a Censura etc. marcaram a Vida de muitos Portugueses. Com contrato ou “a Salto” emigravam à procura de melhores Condições e muitos sonhavam com a “Ilusão do Regresso”. Quando as Notícias passaram a Fronteira e chegaram às Comunidades Portuguesas grande era a Ansiedade: Regressar ou Ficar? Porém – muitas incertezas e a Emigração começou com Novas Biografias: as dos Lusodescendentes. Com um Tom de Curiosidade chamava a Atenção para as referidas Páginas no Livro da História, que algures no Tempo esperam ser escritas.
Possivelmente dirigia o olhar para o Futuro e baixinho com palavras humildes sublinhava, que a Ditadura e a Revolução influenciaram a Vida dos dois lados da Fronteira. Porém – com Ar de Erudita explicava, que hoje a Emigração continua a existir, a Saudade continua a viajar com quem emigra e Além-Fronteiras contam da Revolução dos Cravos e seus Heróis os Capitães.
E por fim perguntava, se durante a entrevista não soava na mente o Programa das Emissoras que na Noite de 24/25 de Abril tocaram as Senhas “E depois do Adeus” e “Grândola Vila Morena”?
Emocionada cantava carinhosa:
“A sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade”
(José Afonso)
… a seguir com a voz ainda um pouco comovida, dizia, que uma Pequena Vila Alentejana saiu do Desconhecimento para a Mapa do Mundo, para ser a Companheira da Conquista da Liberdade da Revolução dos Cravos. Uma das duas Senhas.
Senhas, que também entoaram além Fronteiras – Testemunhas de uma Nova Era. A Ilusão do Regresso acendeu na Emigração a Tocha da Saudade.
Passado 50 Anos também a Emigração festeja as Comemorações da Revolução do 25 de Abril. No descrito contexto está consagrado o Poema dedicado à Emigração e ao Cravo da Liberdade.
Um Cravo e a Saudade do Emigrante
Em Terras longinquoas o Emigrante.
A Saudade presente, porém distante.
No País de Acolhimento resides.
Com a Ilusão do Regresso vives.
Dias Festivos de Outrora a recordar.
No Estrangeiro – Memória a comemorar.
Um dia o teu País deixaste.
Quis Deus, que ainda não voltaste.
Ao longo do Tempo novas Gerações.
A quem transmites Recordações.
Das Melodias à História –
De uma pequena Pérola com Glória.
Com Orgulho recordas o Passado.
Para o Mundo escreve seu Fado:
Uma Pátria com Heróis e Guardiães.
País dos Eternos Capitães.
Como Navegadores para Lisboa navegaram.
Como Descobridores novos Caminhos procuraram.
Serenos – Conquistadores da Liberdade.
À Ditadura declararam Finalidade.
Ofereceram uma Revolução sem antecedente.
Coragem admirada até ao Presente.
Entre Paz e Guerra – Suas Vidas arriscaram.
Com Dignidada à Vitória chegaram.
O Destino a Paz escolheu.
Na Espingarda um Cravo ofereceu.
Revolução dos Cravos Encarnados.
Capitães de Abril para sempre recordados.
Um Quadro no Mundo elogiado –
Que conta de louvado Legado.
Emigrante –
Também ofereces um Cravo de Dedicatória.
Além-Fronteiras –
És Mensageiro da Nossa História:
Cravo Encarnado –
Eterno Fado!
FIM
Isalita Pereira