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Sábado - 19 Julho 2025

Se a Revolução contasse o seu Fado – Homenagem aos Capitães de Abril

Destaques

5. Capítulo

A Saudade do Emigrante –

O Sonho da Ilusão do Regresso

“Uma nova Hora repleta de Esperança!” – realçava a Revolução e procurava ao longe a Linha do Horizonte. Por um pequeno Momento esquecida no Tempo e Silêncio seus pensamentos voavam para longe. Constatando que precisava de regressar à Realidade, ouvia-se a Voz da Saudade. Saudade que contava das por vezes esquecidas Histórias da Emigração. A Guerra Colonial, Ausência de Condições, a Censura etc. marcaram a Vida de muitos Portugueses. Com contrato ou “a Salto” emigravam à procura de melhores Condições e muitos sonhavam com a “Ilusão do Regresso”. Quando as Notícias passaram a Fronteira e chegaram às Comunidades Portuguesas grande era a Ansiedade: Regressar ou Ficar? Porém – muitas incertezas e a Emigração começou com Novas Biografias: as dos Lusodescendentes. Com um Tom de Curiosidade chamava a Atenção para as referidas Páginas no Livro da História, que algures no Tempo esperam ser escritas.

Possivelmente dirigia o olhar para o Futuro e baixinho com palavras humildes sublinhava, que a Ditadura e a Revolução influenciaram a Vida dos dois lados da Fronteira. Porém – com Ar de Erudita explicava, que hoje a Emigração continua a existir, a Saudade continua a viajar com quem emigra e Além-Fronteiras contam da Revolução dos Cravos e seus Heróis os Capitães.

E por fim perguntava, se durante a entrevista não soava na mente o Programa das Emissoras que na Noite de 24/25 de Abril tocaram as Senhas “E depois do Adeus” e “Grândola Vila Morena”?

Emocionada cantava carinhosa:

“A sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade”

(José Afonso)

… a seguir com a voz ainda um pouco comovida, dizia, que uma Pequena Vila Alentejana saiu do Desconhecimento para a Mapa do Mundo, para ser a Companheira da Conquista da Liberdade da Revolução dos Cravos. Uma das duas Senhas.

Senhas, que também entoaram além Fronteiras – Testemunhas de uma Nova Era. A Ilusão do Regresso acendeu na Emigração a Tocha da Saudade.

Passado 50 Anos também a Emigração festeja as Comemorações da Revolução do 25 de Abril. No descrito contexto está consagrado o Poema dedicado à Emigração e ao Cravo da Liberdade.

Um Cravo e a Saudade do Emigrante

Em Terras longinquoas o Emigrante.

A Saudade presente, porém distante.

No País de Acolhimento resides.

Com a Ilusão do Regresso vives.

Dias Festivos de Outrora a recordar.

No Estrangeiro – Memória a comemorar.

Um dia o teu País deixaste.

Quis Deus, que ainda não voltaste.

Ao longo do Tempo novas Gerações.

A quem transmites Recordações.

Das Melodias à História –

De uma pequena Pérola com Glória.

Com Orgulho recordas o Passado.

Para o Mundo escreve seu Fado:

Uma Pátria com Heróis e Guardiães.

País dos Eternos Capitães.

Como Navegadores para Lisboa navegaram.

Como Descobridores novos Caminhos procuraram.

Serenos – Conquistadores da Liberdade.

À Ditadura declararam Finalidade.

Ofereceram uma Revolução sem antecedente.

Coragem admirada até ao Presente.

Entre Paz e Guerra – Suas Vidas arriscaram.

Com Dignidada à Vitória chegaram.

O Destino a Paz escolheu.

Na Espingarda um Cravo ofereceu.

Revolução dos Cravos Encarnados.

Capitães de Abril para sempre recordados.

Um Quadro no Mundo elogiado –

Que conta de louvado Legado.

Emigrante –

Também ofereces um Cravo de Dedicatória.

Além-Fronteiras –

És Mensageiro da Nossa História:

Cravo Encarnado –

Eterno Fado!

FIM

Isalita Pereira

Jornal Comunidades Lusófonas
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