Jornalístico Crossover –
Que as Leitoras / os Leitores me queiram desculpar, por desviar a conhecida Escrita do Entrelaçamento entre Literatura, Poesia, Música, Arte e História e dedicar um Tema à pouco conhecida Lusodescendência. Porém – uma pequena, mas significante Chamada de Atenção para os seguintes Artigos:
“Tratar a memória da emigração: uma urgência histórica”
&
“Comunidade portuguesa em Toronto recebeu apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante””
Existem Textos que inspiram a escrever adicionais conteúdos. No presente caso, somente um singular Pensamento para realçar, que determinantes Ideias nem sempre existem na Solidão, mas sim conhecem mais Defensores. Plaidoyers que um dia talvez consigam facilitar a Transferência da Mente para a Realidade. Objetivo que deu origem ao seguinte Ensaio:
Do Baú de Madeira à Mala de Cartão
A Emigração não é um Fenómeno de Tempos Modernos, mas sim, possivelmente tão antigo como a Existência da Humanidade. A Procura de melhores Vidas levou e leva o Ser Humano a deixar sua Terra Natal para em Terras longínquas realizar seus Sonhos.
É o Fado da Saudade e dos Navegadores, Descobridores e Conquistadores. No meio da Tempestade de uma Hora de Desespero nasce uma Hora de Esperança. O que mudou: os Transportes e as “Malas”. Do simples andar a Pé até ao Avião, os Emigrantes deixaram de ser Navegadores a olhar para as Estrelas. Hoje em dia com o GPS depressa se chega à Meta.
Os Baús de Madeira, que seriam um Pesadelo para todas as Companhias Aéreas, porque, dado o Excesso de Peso, possivelmente a grande percentagem dos Aviões ficava em Terra, foram ao longo do Tempo substituídos por Sacos / Malas desportivos/as e funcionais. É uma forma de viajar mais leve. Porém – os conteúdos das Malas continua pesados. A célebre “Mala de Cartão da Emigração” conta o seu Fado. Malas que deixaram de existir, mas o seu Simbolismo ficou para sempre. Repletas de Esperança, a fim de encontrarem melhores condições de Vida, levam a Saudade do País,
que, por falta de Chances, os obrigou/a a consagrar a Recordação do Berço Natal. Ao mesmo tempo procuram esconder os Receios da Viagem se transformar em Ilusão.
No Mundo existem muitos Monumentos dedicados ao Emigrante. Homenagens, que pretendem resguardar a História da Emigração. A Verdade é que o Livro do Emigrante continua a apresentar mais Páginas em Branco do que escritas. A Emigração Pós-II-Guerra-Mundial deixou suas Pegadas no Mundo. Desenvolveram um Conceito entre Saudade e Integração. Poucos regressaram. Mais os que encontraram no País de Acolhimento uma Nova Pátria. Foi na Nova Pátria que nasceu uma Visionária Geração: Lusodescendência, que vive uma Vida quase desconhecida. A Lusodescendência, que apresenta um excecional Fundamento de Diversidade Cultural e Habilitações Literárias, para junto de Embaixadas, Consulados e Instituições Não-Governamentais, ser um Elo Forte entre os Países de Origem e de Acolhimento, não conhece Reconhecimento, apesar da Transformação em Emigração Académica. Quase nem existem Estatísticas. Gerações para quem a Palavra Saudade deixou de estar ligada ao País dos Avós e dos Pais e passou para o Estrangeiro, onde se descrevem como uma Nova Geração – muitas vezes sem dupla Nacionalidade, mas com o Passaporte do País, que outrora recebeu a Primeira Geração como “Desconhecidos”. Hoje existem Laços Familiares e de Amizade. Resultado da Aproximação entre diferentes Idiomas, Culturas, Ideias etc. – Nasceu uma Comunidade Multicultural, que ofereceu Novos Mundos à Emigração.
Contemplar os Monumentos é procurar a Escondida História das Homenagens e Esculturas. Os Arquivos Portugueses e Estrangeiros apresentam um verdadeiro Histórico Tesouro sobre a Emigração e seus Descendentes. Um Tesouro, que vale a Pena descobrir e conquistar, para se aprender com o Passado e construir um Futuro melhor.
Emigrar
Baú de Madeira –
História Mensageira.
Mala de Cartão –
História da Emigração.
Novas Vidas procuraram –
Seu Legado deixaram.
Fé, Esperança e Coragem –
Fundamento da Viagem.
Terras longínquas enfrentaram –
Mal e Bem conheceram.
Porém –
No País de Acolhimento ficaram –
Novas Gerações nasceram.
Do Académico ao Não-Qualificado.
Para Novo Mundo guiado.
Sonhos a voar.
Muita História para contar.
Pegadas na Vida deixar.
Baú e Mala a recordar.
Poucos regressaram.
Para sempre emigraram.
Homenagens para relembrar
Monumentos a guardar.
Seus Segredos um Tesouro.
Do Passado ao Presente –
Como um Miradouro.
Madeira ou Cartão –
Emigrante –
Escreve tua Recordação.
FIM
Isalita Pereira



