Poesia e Prosa – “Monumentos e Estátuas de Palavras” (4. Parte)
Pegadas dos Poetas – Passeio como Viagem no Tempo (1. Parte)
Portugal não é somente o País dos Navegadores, Descobridores e Conquistadores do Mar e Terra, mas sim também Navegadores no Mundo das Letras, Descobridores de Composições de Palavras na Mente e de Conquistadores de Prosa e Poesia para a Memória Lusitana e Mundial. Da Memória para Homenagens em Pedra, Mármore, Aço… das Estátuas aos Monumentos e Museus. Do Minho ao Algarve até às Ilhas e por fim à Emigração nos Quatro Cantos do Mundo existe uma Literária-Poética Rosa dos Ventos, que realça a Existência da Prosa e Poesia transformada em Matéria.
Do Parque dos Poetas em Oeiras para o Passeio dos Poetas em Santa Cruz, Torres Vedras.
Oeiras e Torres Vedras pintam Quadros repletos de fascinantes Cores do Mar às Paisagens e entrelaçam com Palavras, que Poetas e Escritores “desenharam” para a Eternidade. A Recordação transformou as Composições de Letras em Matéria visível: das Estátuas aos Monumentos contam a Vida de quem outrora se deixou inspirar por a Esfera da Terra.
Como seria realizar o Passeio dos Poetas, encontrar ilustres Personalidades e trocar Palavras de Simpatia até à Sabedoria? Realizar uma Viagem ao Passado:
Chegar a um Monumento de Homenagem, se surpreender com a Aura da “Terra do Sol Nascente” e ser apresentado a Kazuo Dan (1912 -1976), Escritor-Poeta Japonês, que nos contava, que se encantou com o Sol Poente de Santa Cruz, seria no Presente uma Viagem no Tempo.
“Belo sol poente! Ah! Pudesse eu ir buscar-te Lá, ao fim do mar!” (Kazuo Dan)
Que interessante resposta, dado que sem demora um Sorriso de Humor encontra o Antónimo do Poético Encanto. Agradecíamos a simpatia de ter contado um pouco da Saudade da sua Pátria e da Poesia que encontrou em Santa Cruz.
Continuar o Passeio e junto ao seu respetivo Monumento ouvir um Discurso de um Professor fiel aos Princípios Republicanos e Democráticos, que ao mesmo tempo entrelaça seu Saber com Temas de Educação e nos faz esquecer o Tempo ao recitar Poemas. Ao ver Viajantes do Tempo João de Barros (1881-1960), que morreu na Era da Ditadura, sem viver a Revolução dos Cravos, deseja saber como continuou a História de Portugal. Decido descansar um pouco do Passeio e como Historiadora-Poeta, no meu Elemento das Históricas e Poéticas Letras, pinto um Quadro do Novo Portugal, que partilha sua Fascinação do Oceano Atlântico. Porém – apesar do Entusiasmo chega sempre o Momento da Despedida – no presente caso com Poéticas Palavras:
“Aquele mar …
nos longos, longos horizontes
em que se perdia meu olhar.
…
E a eternidade então ouvia
humano sonho sempre esquecido
na eterna voz que fala o mar.”
(João Barros)
Para continuar ….
Poesia do Mar –
O Mar e a Gaivota
Uma Gaivota à beira Mar.
Com Asas para voar.
Ouvia o Mar murmurar:
“Linha do Horizonte encontrar.
Aprecia majestosa Grandeza.
Contempla magnífica Beleza.
Vais ficar encantada.
Com minha História maravilhada.”
A pequena Gaivota o convite aceitou.
Para longe voou.
A Volta ao Mundo deu.
Todos os Mares percorreu.
Céu e Terra ficou a conhecer.
Adquiriu muito Saber.
Quando à sua Terra voltou.
Da sua Viagem contou.
Porém –
Ao Mar respondeu com tristeza:
“Apresentas Beleza e Grandeza.
Acontece –
Barcos para sempre afundaste.
Muitas Terras galgaste.
Para a Vida és Fonte.
Mas também Desaponte.
Perigosas Ondas conheci.
Muitas Lágrimas vi.
Queres maravilhar.
Também és de saudar.
Somente a ti és fiel.
Consegues ser cruel.
És adorado.
Muitas vezes odiado.
Do Tempo dependente.
Quando desejas surpreendente.
És poderoso.
Quem te subestimar – perigoso.
No Fundo guardas Segredos.
Porto Seguro – os Bem Fadados.
Encantas Terras –
Abraças Rochas.
Magnífica Fauna e Flora.
Com Valor – para a Mundo inspiradora.
Vida ofereces.
A Morte –
Quando enfureces.
És Céu e Inferno.
Do Glacial de Inverno
Ao Esplendor de Verão.
Apresentas bom Coração.
Mas também Desilusão.
Entre Claridade e Escuridão –
Encontra-se Inimigo e Guião.
Ondas a assombrar.
Naufragar ou chegar.
Ó Mar –
Bem- e Mal-me-quer.
Navegar? –
Cuidado requer.
Muito mais para contar.
Porém –
Não vale a pena continuar.
Entre Desespero e Felicidade –
Procuras tua Sherazade.
Não queres Solidão.
Mas sim – Consideração.
Para da tua Vida contar –
Que pretendes maravilhar.”
O Mar tristes Palavras suportou.
A Gaivota com Carinho falou:
“A Natureza –
Nem sempre se consegue vencer.
Contra a Solidão uma Amizade receber.”
Assim aconteceu –
Um Antigo Ditado se escreveu:
“Gaivotas em Terra,
Tempestade no Mar.”
Gaivota em Terra a voar –
Contra o Perigo avisar.
Para Vidas salvar –
Com amizade ao Mar ajudar.
Assim – não é para admirar –
Do Mar a Gaivota amar.
Uma lenda nasceu.
Porque –
Um Coração outro ofereceu.
FIM
Isalita Pereira



