Poesia e Prosa – “Monumentos e Estátuas de Palavras” (5. Parte)
Pegadas dos Poetas – Passeio como Viagem no Tempo (2. Parte)
Possivelmente deixamos a Ilustre Personalidade a pensar, se sonhou ou realmente falou com Viajantes do Tempo.
Ao passear observamos um Senhor sentado e muito pensativo. Seu olhar perdido e triste. Quase ponderei seguir, quando dirige a Palavra e convida para ficar. Apresenta-se como Antero Tarquínio de Quental (1842 -1891), um Poeta-Escritor-Filósofo. Apesar de continuar a contemplar o Mar, começa a contar que é um “Filho” dos Açores, seu Avô conhecido de Bocage, recordando as Capas Negras do seu Tempo em Coimbra, com um brilhante raio, que depressa se dissolve, do seu Espírito Revolucionário e da Ideia com o Poder da Literatura construir um Novo Portugal. Uma Conversa emocional, mas também realista. Um “Adeus!” com Palavras, que realçam a Amargura da Melancolia, que procura Respostas Existenciais:
“… mar …
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais …”
(Antero de Quental)
Pensativa levanto a Mão para um Adeus, mas reparo, que o Triste Poeta, não me vê.
A Memória recorda o “Pobre Poeta” e uma pequena Lágrima me diz, para jamais esquecer o antigo Ditado:
“Que nem tudo é ouro o que brilha.”
O Mundo repleto de Homenagens, ouvimos Discursos sobre Grandes Personalidades da História Global e por vezes, não de forma maldosa, até invejamos um pouco o Sucesso,
ao sonhar também alcançar o Centro do Palco iluminado com o Spotlight. Porém – quando adquirimos reais Conhecimentos sobre as respetivas Biografias, verificamos, que nem sempre a pensada Grande Sorte traz Felicidade. Talvez seja aconselhável seguir o conteúdo do seguinte Provérbio:
“Tem cuidado com o que solicitas a Deus, porque talvez esteja a ouvir.”
Repensar, o que realmente na Vida se procura. Com triste Olhar, mas com mais Sabedoria decido continuar a Viagem no Tempo. A Rosa dos Ventos dirige o Passeio para outra homenageada Personalidade. Encontro Júlio do Nascimento Vieira (1880 – 1930), Jornalista, Político, Historiador … , dedicado a Torres Vedras. É fascinante ouvir um Cidadão contar a História da sua Terra Natal.
“Quem me tirar de Santa Cruz a ida,
Tirar-me-á o resto de minha Vida.”
(Júlio Vieira)
Comovente foi o facto de reconhecer, que a Vida é um dia. Deixou o Mundo sem conseguir finalizar a sua Obra Literária. Sem conseguir confirmar, creio que no Momento da Despedida ouvi a Expressão: “Viver a Vida.”
Com o filosófico Pensamento não regresso ao Presente, porque a Curiosidade me convida a visitar a Transformação do significado de Vidas e Obras incompletas para a Realidade. Lendas nascem e outras para sempre o Vento leva.
Perante a Torre de Santa Cruz, associada à Lenda de um Grande Amor e da Construção de um Palacete, surge a Ideia, dado que do inicialmente ambicioso elaborado Projeto, somente se realizou a Torre, de uma Fata Morgana não no Deserto, mas sim na Praia. Ao mesmo Tempo viajo até ao meu Tempo de Infância, quando adorava ler os Contos dos Irmãos Grimm. Entre vários existia o da “Rapunzel”. Uma Torre de Outrora no Presente como um Poema contra o Esquecimento e Sonhos Perdidos. Se a Torre soubesse falar, quem sabe, o que decidia contar.
Com um último olhar para a Torre volto dos Contos para a Realidade e admito, que viajar no Tempo, apesar de ser somente na Mente, é enfrentar a História do Mundo e suas Facetas da Matéria à Humanidade. Inspirações absolutamente transcendentes e abstratas. No entanto com a “Rede das Palavras” apanharam a Aura do que Mente e Memória vêem, conseguem interpretar e no fim ao Mundo os Monumentos e Homenagens oferecerem.
É uma Caminhada nas Pegadas das descritas Personagens, que nos seus Passeios em Torres Vedras deixaram a sua Biografia: das Palavras aos Monumentos.
Palavras influenciam a Vida. Para Mal o Bem – está nas Mãos do Ser Humano, escrever o que um dia, consoante a seguinte Lenda, o Poder Celestial escondeu na Memória da Humanidade. Quando o Ser Humano pega na Caneta Pena desvenda um pouco do Mistério da Vida. Porém – cuidado!
Princípio de Prosa e Poesia
Quando o Mundo ainda não era o Mundo.
O Escuro no Universo profundo.
Deus sem Terra e sem algo para fazer.
Um dia decidiu Poemas escrever:
Ao ler sua Obra – encantado ficou.
“Como seriam as Palavras na Realidade?”, pensou.
Mãos à Obra – e assim o Mundo começou.
Porém o Tempo para escrever não chegou.
Como Deus adorava seu Poético Pensar –
Creativa Solução precisava de encontrar.
Ao Ser Humano Alma e Coração ofereceu.
Recordação, Mente e Consciência não esqueceu.
Eis Magníficas Palavras imaginou – com Fantasia.
Na Mente da Humanidade escondeu Sua Poesia.
Na Memória do Ser Humano Palavras esquecidas.
Para ao longo da Vida serem encontradas e lidas.
Porém –
O Mundo começou a contemplar.
Relógio com Tempo para Inspiração a rivalizar.
Assim –
Como a Poesia não é uma Arte fácil de escrever.
O Senhor do Universo a Prosa decidiu ceder.
Duas Artes de Poesia à Prosa ao Mundo entregou.
No pensar do Ser Humano a Decisão deixou:
Entre Céu e Inferno respetivo Espírito escolher.
Qual Composição cada Caneta Pena decide oferecer?
FIM
Isalita Pereira



