EXCLUSIVO
Os portugueses que vivem em França rondam mais de um milhão e meio, segundo registos da Embaixada de Paris naquele país. Desde a década de 60/70 do século passado até ao presente, a emigração rumo a terras de “Asterix” nunca deixou de se fazer. Houve recuos, mas a emigração sempre esteve presente nos movimentos migratórios entre Portugal e França.
Os que por lá ficaram criaram raízes e constituíram famílias, e deles se fizeram lusodescendentes. Filho de um emigrante português, deixou-se levar pelas palavras e histórias do seu pai.
Mário Gomes Nasceu em França, em Plessis Trévise, em 1979. É filho de portugueses , e estudou na universidade La Sorbonne Nouvelle, em Paris, com o intuito de orientar-se para o mundo dos negócios mas rapidamente compreendeu que não era a sua vocação. Resolveu explorar uma das suas paixões: a cultura lusófona. Tornou-se então professor de português. Em 2004, mudou-me para Rouen (Normandia) onde mora desde então.
A história do seu pai, do nascimento em 1950 até aos seus 30 anos, está toda no livro. Esses trinta anos constituem uma verdadeira aventura “picaresca” para muitos Portugueses. Matéria ótima para escrever um romance. Depois, levou uma vida pacata de trabalho e dedicação à família em França até hoje.
É professor e escrever é o seu “passa tempo”. Vive na Normandia, a terra de Flaubert ou Maupassant. “Tenho uma profunda adoração por Portugal como quase todo o emigrante ou lusodescendente que tende em exaltar os méritos do país de origem. Nunca ponderei viver em Portugal todavia gostaria talvez de passar mais tempo lá. Os meus filhos nasceram em França e a minha esposa é Francesa, por isso será difícil mudar de país.” Refere Mário Gomes.
Memórias e outras coisas…
“A minha íntima ligação com Portugal enraíza-se nas memórias da minha infância. Aqui vai uma lista de algumas recordações marcantes que me fizeram amar Portugal : a minha avó moleira de Trás-os-Montes, a minha avó Paixão da Beira Alta, as festas no 15 de agosto com procissão e baile popular, os primos e tios de Lisboa, a mercearia do tio António na Brandoa, os gelados Olá, os domingos de praia em Carcavelos, os jogos no estádio da Luz na pré-época, as leituras do jornal A Bola, o apartamento na Damaia, os passeios em Belém, o prato de caracóis com Sumol ou Seven up…”
Paixão pela escrita
Não sabe de onde vem a paixão pela escrita. “Sei que comecei a escrever com uns dez anos apesar de ser péssimo em gramática e ortografia. Sei que gosto de ler desde os meus 14 anos.”
O livro Une Odyssée portugaise apesar de ser um romance de caráter biográfico tem como pano de fundo a história de Portugal. Por isso, “considero que já escrevi uma bela homenagem a Portugal com essa obra.”
“À minha modesta escala, o meu livro tem tido bastante sucesso”. Seria um sonho vê-lo um dia editado em português “mas não serei eu a traduzi-lo”. Traduzir um romance de perto de 400 páginas é obra. “Espero que um dia alguém me ajude (e ajude a minha editora Cadamoste) a tornar esse sonho realidade.”