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Domingo - 15 Setembro 2024

Lançamento dos Cadernos de Viagens da Vista Alegre enaltece o papel da Ilustração da marca

Destaques

João Catarino, Victoria Semykina, Sebastiaan Van Doninck e Gabriella Giandelli ilustram a sua visão da Vista Alegre num conjunto de cadernos inusitados. Numa longa tradição que exalta as artes visuais e o olhar atento de artistas de todo o mundo, chegam-nos os Cadernos de Viagens da Vista Alegre.

Quatro cadernos, com o olhar criativo de quatro artistas, levam-nos numa viagem pelas várias facetas da Vista Alegre. A fábrica, o Lugar da Vista Alegre, as pessoas, pormenores que fazem parte deste todo que é a Vista Alegre e que têm construído uma história tão rica e cheia de detalhes.

A seleção destes quatro ilustradores, com estilos e vivências bastante diferentes entre si, foi pensada de forma a que as suas visões, sobre o mesmo tema, pudessem trazer diversidade e complementaridade a estes cadernos. A diversidade de nacionalidades, sendo um deles português, evidencia a abertura que a Vista Alegre sempre teve para o Mundo e a importância de vários olhares sobre a mesma matéria – neste caso, um olhar de dentro, mais conhecedor da marca e da história, em contraposição aos outros três, que embarcaram numa viagem de descoberta.

Na verdade, um dos netos do fundador da Vista Alegre, o Comandante António Jervis de Atouguia Ferreira Pinto Basto, já tinha iniciado esta prática com os cadernos de viagens de navegação, com riquíssimos esquissos e aguarelas, acompanhadas de descrições manuscritas. Nas palavras de João Catarino, um dos autores dos Cadernos de Viagens, “talvez seja na necessidade ou na vontade de resgatar esse tempo dos viajantes de outrora, como o Comandante Pinto Basto, que pelo desenho possa eventualmente trazer de volta essa visão atenta, demorada, curiosa e descritiva, que ao vaguear pelo acaso, procurando fintar a pressa, faça com que tenha sempre comigo o caderno de viagem.” Pelas palavras de cada autor, vislumbramos quatro obras muito representativas do que a Vista Alegre representa para esta comunidade, para o país e a sua viagem pelo Mundo.

João Catarino “A intensidade das cores muda em conformidade com a luz, os ocres das chaminés e o amarelo dos rodapés dos edifícios e das molduras das janelas da fábrica no verão, ganham particular vibração perante a complementaridade cromática com o azul do céu. Esse foi o meu primeiro hilight, de tal modo intenso e convidativo que destinei alguns dias e noites para registar este grande “salão” de entrada a céu aberto onde também se ergueu o teatro dos operários que ali pousaram para a fotografia do 1º centenário.”

Victoria Semykina “As pessoas da Vista Alegre foram tão magníficas e abertas como os céus acima de nós. Enquanto caminhava pela aldeia, dei por mim a apreciar a vida quotidiana, calma e aconchegante que me rodeava: roupa nos estendais, cães e gatos a passear pelas ruas. Mas o que realmente chamou a minha atenção foi uma árvore magnífica no centro da aldeia. Os seus longos ramos entrelaçavam-se e as suas raízes rastejavam por baixo. Enquanto olhava para cima, não pude deixar de me sentir invadida por um sentimento de humildade na sua presença.”

Sebastiaan Van Doninck “Casais de cegonhas, que vinham passar o inverno a Portugal, vigiavam os telhados vermelhos terracota e já pareciam estar em plena “Primavera”, apesar do tempo por vezes intensamente chuvoso. Vou para sempre associar o barulho das cegonhas a este lugar. A cegonha como mascote contemporânea do fabricante de porcelana. Que também se assemelha muito ao decalque do Emu da Vista Alegre. Os emus e as cegonhas têm algo em comum, parecem irmãos. No entanto, têm origens diferentes, unem a América do Sul e a Europa. São um eco um do outro. Utilizei este duo como embaixadores do meu trabalho ilustrativo para a Vista Alegre. Surgiram também séries de paisagens livres, onde jardins (natureza) e arquitetura se combinam à luz do dia e/ou da noite. As cores marcantes inspiraram-me a utilizar aguarelas. As imagens a preto e branco foram utilizadas mais como um registo, como um documentário. Elas servem para me focar mais no processo e nas formas.”

Gabriela Giandelli “Na Vista Alegre encontrei um local sereno onde se convive em harmonia com a terra e a natureza, certamente um local de trabalho, mas também de partilha e de comunidade. O que também me chamou a atenção foi a vegetação luxuriante e muito presente. São tantas as árvores que rodeiam os edifícios e muitas delas têm raízes extraordinárias, raízes que se entrelaçam e dão a estas plantas uma base poderosa, estruturada e visivelmente antiga. A fábrica da Vista Alegre também tem raízes antigas, com uma longa e preciosa história que se vê por todo o lado, e nos produtos que ali se criam.”

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