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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

WEB SUMMIT – EXCLUSIVO: Cabo Verde também na onda das novas tecnologias

Destaques

Cabo Verde também é conhecido pelas vagas de emigração, devido a um conjunto de condicionantes impulsionando-os em busca de melhores condições de vida fora do arquipélago. Assim como Portugal, os Cabo-verdianos emigram um pouco por todo o mundo, sendo que a sua maior concentração nos Estados Unidos, maioritariamente em Boston e em Portugal na capital. Este país tem sabido acompanhar o ritmo das mudanças de paradigmas tecnológicos e implementar no país essas mesmas evoluções. Tem uma Democracia estável o que lhe permite avançar onde na mesma direção de todos os países democraticamente eleitos. Mas o caminho a percorrer ainda é longo, e os desafios continuam.

O Jornal Comunidades Lusófonas esteve à fala na Web Summit, com o Secretário de Estado para a Economia Digital, Pedro Lopes, fez os seus estudos académicos em Portugal, mais precisamente em Coimbra. Referiu-nos que Cabo Verde se tem posicionado a “nível internacional”. Começou por identificar que o país “sempre foi uma nação diaspória, com escassez de água e a procura por melhores condições, e ir procurar novas aventuras que sempre fez parte da história de Cabo Verde.”

O secretário de Estado disse também que “estamos aqui a falar de uma nova oportunidade, que é o “Brain Gain”, a capacidade de ter segundas e terceiras gerações a regressar ao país e que trabalham de forma remota.” É verdade que continuamos a ter trabalho braçal a sair de Cabo Verde. “As pessoas têm liberdade de circulação e vão procurar vidas melhores. “Mas nós queremos é aproveitar este “Brain Gain”, ou seja, pessoas que trabalham a partir de qualquer parte do mundo.” Alguns são cabo-verdianos, outros não.

“Temos vários nómadas digitais também em Cabo Verde! A semana passada, o USA Today fez um artigo sobre os melhores países para nómadas digitais e Cabo Verde estava incluída. É um país muito bonito, onde a democracia e a estabilidade são uma referência.” Como vincou Pedro Lopes, as pessoas têm a possibilidade de identificarem a sua própria identidade hoje em dia. O mundo, está um bocado desafiante e “eu acho que um país como Cabo Verde, onde as pessoas têm estabilidade, paz e onde as empresas se sentem protegidas, “é um país que tem esta capacidade para atrair investimento direto estrangeiro. Queremos continuar a fazê-lo, mas mais do que o investimento, eu acho que é importante, é atrair talento porque o investimento vem a seguir ao talento”, refere o responsável.

Fuga de cérebros em Cabo Verde

Como referenciou anteriormente Cabo Verde sempre foi uma nação diaspória. “Sempre tivemos este fluxo de saída, mas estamos pela primeira vez a ter este fluxo centrado. “Eu próprio sou um filho da diáspora. Regressei ao país há 10 anos, e como eu, existem centenas de Cabo-verdianos que estudaram nas melhores universidades na Europa e nos Estados Unidos, e regressam à Terra dos avós e dos pais.”

Se os avós “construíram” o Estado-Nação, os pais construíram para o pluralismo da democracia. E agora cabe a esta geração dar o seu contributo para o país e o Governo ter a responsabilidade de criar oportunidades para que as pessoas não saiam e que fiquem em Cabo Verde.

“Nós estamos a reforçar a formação, a criar infraestruturas de qualidade como parte tecnológica, estas parcerias com a Microsoft, onde a educação é reforçada, onde os serviços públicos estão em melhores condições, estão a servir melhor os cidadãos.”

Mas também oportunidades para empreendedorismo de base tecnológica para que os cabo-verdianos possam concretizar as suas ideias e transformá-las em negócio e possam também fazer negócio para ir de Cabo Verde para o mundo.

Cabo Verde pode ser uma referência para o mundo Africano

“Isso, sim, e nós queremos posicionarmo-nos como essa referência. O ponto de entrada para o continente africano, um hub de tecnologia no meio do Atlântico e uma referência para África.” Mas considera que este tema da imigração, tem que mudar e deixar de ver a imigração como um bicho Papão. Japoneses, Italianos, Espanhóis ou Cabo-verdinaos. “As empresas procuram talentos e pessoas que têm a capacidade de inteligência emocional para colaborar e atingir os objetivos das empresas e das organizações.” Por isso considera que o discurso deve ser como é que “nós”, em termos globais, pensamos em fazer chegar a formação e educação às pessoas, e por esse motivo é que “também falamos aqui desta desta parceria com a Microsoft também na área da inteligência artificial num pequeno país.”

Cabo Verde, se antes estava muito longe dos centros de conhecimento com o digital está agora mais próximo.

Pedro Lopes deixou uma mensagem a todos os emigrantes Cabo-verdianos que estejam espalhados , quer em Portugal ou no resto do mundo e que queiram regressar às suas origens e dar o exemplo. Há possibilidade de trabalho remoto e uma startup Cabo-verdiana que trabalha a partir de Cabo Verde, já é motivo para um primeiro passo, os Cabo-verdianos voltarem e regressarem a Cabo Verde. Há uma frase em Crioulo de um poeta que diz: “se não partirmos, não podemos voltar”.

“O cabo-verdiano partiu, está na altura de regressar. Todos querem regressar à sua terra”. Ninguém quer estar longe da sua mãe, do seu pai, dos seus amigos. Esta é a oportunidade, através do digital, “nós conseguirmos criar mais oportunidades para as pessoas, e acredito que o talento Cabo-verdiano vai poder participar no desenvolvimento do seu país e nós temos talento espalhado por todo o lado.”

A tinta da inovação está na caneta e ela agora “deve ser escrita pelos Cabo-Verdianos, conjuntamente com parceiros e amigos internacionais, porque Cabo Verde também sempre soube fazer amigos e parte do desenvolvimento de Cabo Verde são os amigos “que fazemos pelo mundo que falam português, mas devem ser os Cabo-verdianos a fazer o desenvolvimento de Cabo Verde”, por isso “eu deixo uma mensagem para os cabo-verdianos que estão espalhados pelo mundo com mentes brilhantes, é tempo de regressar”.

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