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Sábado - 14 Setembro 2024

WJFD 97.3 : Made in português

Destaques

O Jornal Comunidades “sintonizou-se” com a WJFD 97.3 Rádio de Massachusetts, liderada por Paulina Arruda, Psicóloga Clínica de formação, mas “agora”, proprietária da maior estação de Rádio para as Comunidades portuguesas na América. Celebrou os 50 anos, sem interferências, a dar música e informação, que vem de Portugal através da Antena 1.

Os Açores sempre tiveram uma ligação forte com os Estados Unidos, “e eu cresci na ilha terceira onde há uma base americana”, além disso “os meus bisavôs maternos emigraram para os Estados Unidos em mil oitocentos e oitenta e tal, a minha avó nasceu na Califórnia”. Desta forma “eu sempre tive ligação com os Estados Unidos”.

Foi de Portugal para a América em 1994, pela segunda vez, e por lá ficou até hoje. “Estudei em Portugal até ao 12º ano, e comecei a faculdade nos Estados Unidos. Tenho Mestrado em Psicologia clínica da Boston College”.

“Fui parar à rádio, porque o meu marido era advogado da rádio, depois passou a sócio, e depois quando o outro sócio faleceu, há 13 anos, adquirimos a outra parte da rádio, e ficamos proprietários da Rádio em 2010.”

Foi uma situação “que nos caiu no “colo” e nós aceitamos o desafio”. Gosto do que faço, a rádio WJFD 97.3, é uma rádio única. “Transmitimos em português 24 horas por dia há 50 anos”. Mas a frequência 97.3 já transmite há mais anos, já tem programação em português desde os anos cinquenta ou fins dos anos quarenta, já lá vão 75 anos.
É a maior rádio portuguesa da América do Norte, estão sediados em Massachusetts, Rhode Island, onde tem a maior concentração de comunidades portuguesas.

“Temos 50 mil watts FM, e chegamos a todas as comunidades portuguesas”. A história da rádio, é a história de muitos desses portugueses que chegavam à Nova Inglaterra (América). É um projeto muito interessante, “nós temos uma ligação muito grande com a comunidade”, dependem de nós para obter informação sobre Portugal, para terem ligação a Portugal.

A WJFD 97.3 está no Estado de Massachusetts, e Boston é a capital de Massachusetts. Sempre que alguém (vindo de Portugal) que quer promover um determinado trabalho, aqui nos Estados Unidos, quem passa por cá, vem à WJFD 97.3 bater à porta.

A informação que vem de Portugal é da Antena 1, portanto de Portugal não temos qualquer preocupação. Cá é diferente, e um dos “nossos desafios, é não termos jornalistas suficientes, e cobrimos o Estado de Massachusetts e Rhode Island todo”. É impossível chegar a todo o lado. Mas felizmente com as novas tecnologias com o Zoom, o Whatsapp e o skype, vai facilitando, nós não podemos ir aos sítios, usamos o skype, por exemplo. Trabalham na Rádio WJFD 97.3, neste momento dez pessoas.

O maior desafio da rádio

Uma rádio étnica, tem desafios acrescidos, por exemplo “no nosso caso, somos uma rádio Americana, mas transmitimos, para uma comunidade portuguesa, somos uma rádio 24 horas por dia em português, e só tocamos música portuguesa, a não ser alguma Italiana, Espanhola, ou Francesa, mas fundamentalmente 90% é música portuguesa”, referiu Paulina Arruda.

Um dos desafios é a música portuguesa, e boa música, bem como as músicas mais tocadas em Portugal. Como somos a única rádio temos uma audiência vasta, de todos os gostos e de todas as idades, a programação tem que ter sempre em conta a audiência, e os desejos e os gostos da nossa audiência. Os nossos animadores da programação têm sempre em consideração os gostos das pessoas, tem que agradar um pouco toda a gente. A mistura de música, a música que tocam, é sempre um desafio.

Outro desafio é a audiência, as audiências mudam. À medida que cada década vai passando, temos de ter a preocupação quais são as audiências novas, o que gostam de ouvir, as idades, quem é que nos ouve. Porque os interesses de um jovem de trinta anos, não é o mesmo que o da audiência de sessenta e setenta anos, e cativar novas audiências é sempre um desafio. Temos de estar sempre no topo, e o desafio é esse, ir ao encontro da audiência, de quem nos ouve.

Há pessoas que nasceram cá, outras que vieram de Portugal com meses. São americanos, alguns falam português melhor do que outros, mas ainda têm necessidade da cultura e da nossa música. Os membros da nossa audiência são diferentes, portanto o desafio é saber o que é que eles gostam. Somos uma rádio privada, não temos apoios do Estado, é da publicidade que estamos dependentes, e nem sempre é fácil”.

A Pandemia, como sobreviver durante três anos

Paulina Arruda revelou-nos que “O primeiro ano, ou seja, os primeiros seis meses, foram os mais difíceis”. Reduziram-se as despesas ao mínimo. Só o essencial. “Conseguimos manter todos os funcionários, não despedimos ninguém, cada funcionário fez o seu trabalho a partir de casa. E o nosso papel, a nossa intervenção, naquela altura, foi fundamental para a comunidade. Informá-los, no início, com as novidades que havia à época. Formamos parcerias com hospitais, com médicos, com instituições do estado.

As pessoas que estavam em casa pediam ajuda para comprar a comida. Onde é que se podiam dirigir, e todas as demais questões que se punham na altura da Pandemia, “pois todos nós fomos desprevenidos”. “Nós somos a ligação da comunidade portuguesa à América”, a Massachusetts, a Rádio não está apenas ligada à comunidade, nós somos a ligação com a América.

Informamos, como obter o cartão do cidadão americano, ir às aulas de cidadania, como aprender inglês, fazemos toda a ligação. Também passamos comunicação. “Além da comunicação social, porque não informamos apenas, nós representamos a comunidade, nós educamos a comunidade, damos um passo além, estamos sempre atentos à comunidade”.

Além da comunidade portuguesa temos aqui a comunidade cabo-verdiana, e alguns brasileiros, e ao todo são cerca de meio milhão de pessoas aqui. “É para terem noção de quão grande é a WJFD 97.3!”

Projetos de futuro

“Temos aqui uma instituição que é fundamental para a comunidade e queríamos continuar enquanto pudermos, é continuar, que leva a uma adaptação constante. Esse é o grande projeto o grande desafio para o futuro”, finaliza Paulina Arruda.

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