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Quinta-feira - 30 Outubro 2025

Assembleia Geral da ONU empossa Annalena Baerbock como nova presidente

Destaques

ONU/Eskinder Debebe – Annalena Baerbock assume o cargo num momento marcado por dezenas de conflitos em andamento


ONU News foi às ruas para saber como uma mulher à frente do maior órgão das Nações Unidas pode ajudar a mitigar crise global; alemã é primeira europeia no posto; última mulher a presidir Assembleia deixou cargo em 2019; tema deste ano é: “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.

Nesta terça-feira, a alemã Annalena Baerbock assume a presidência da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Eleita em junho, a ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha será somente a quinta mulher em 80 anos a ocupar o posto.

Paz, desenvolvimento e direitos humanos

Em discurso após a votação, Baerbock falou do tema da 80ª. Sessão da Assembleia Geral, que marca oito décadas desde a criação da ONU: “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.

Para ela, o novo ciclo será um momento crucial para a organização, o centro do sistema multilateral, que está sob imensa pressão.  Ela citou os campos político e financeiro, além dos mais de 120 conflitos armados que lembram que a missão primordial das Nações Unidas, de “salvar as gerações futuras do flagelo da guerra”, continua inacabada.

Antes da alemã, que á a primeira europeia no cargo, serviram na função a indiana Vijaya Lakshmi Pandit em 1953, Angie Brooks da Libéria em 1969, Sheikha Haya Rashed Al-Khalifa, do Bahrein, 2006 e María Fernanda Espinosa, do Equador em 2018.

Perfomance brilhante

A ONU News conversou com Espinosa sobre o tema. Segundo a mesma, Baerbock tem tudo para ser uma excelente presidente.

María Fernanda Espinosa vê em Annalena Baerbock todas as condições para uma “performance brilhante” como a próxima presidente. Ressaltou que a alemã assume a liderança num momento de “profunda mudança estrutural na instituição, relacionada, em parte, com desafios financeiros”. 

A ONU News também foi às ruas saber o que as pessoas pensam deste retorno de uma mulher à liderança da Assembleia Geral e como elas fazem a diferença no comando de um órgão dessa natureza.

Da Guiné-Bissau, Soraia Molé, estudante de Relações Internacionais, diz que é uma questão de inclusão e inspiração. E que as mulheres já têm contribuído para conduzir destinos de grandes instituições há muito tempo.

Transformar o futuro

“A liderança feminina não é apenas simbólica.  Ela representa o diálogo, a paz, a solidariedade, a empatia e novas formas de enfrentar os desafios globais. Quando uma mulher assume um cargo de poder global, como a presidência da Assembleia Geral das Nações Unidas, isso rompe barreiras históricas. Inspira milhões de mulheres a acreditarem que também podem liderar e transformar o futuro.  Além disso, demonstra que a liderança não tem género. Numa era marcada por conflitos, guerras, desigualdades e desafios climáticos, o mundo precisa de líderes que compreendam a importância do diálogo, da paz, da solidariedade e da inclusão.”

A moçambicana Milú da Graça fala sobre os papéis das mulheres na liderança num planeta com várias emergências e as implicações para as questões contemporâneas.

“Quando começamos a ter mulheres a ocuparem esses cargos de liderança, em termos de gestão de conflitos, em termos de harmonia, vamos ter todo esse sistema integrado, porque a mulher consegue fazer isso.  A mulher é mãe, então ela usa este lado de mulher para garantir maior harmonia de uma sociedade e de uma nação. Então, a partir deste momento, nós vamos começar a ter um mundo mais inclusivo, um mundo em que todos nós fazemos as mesmas tarefas e automaticamente começamos a desmistificar as qualidades de todo ser humano e começamos a ter este equilíbrio.”

Garantir maior harmonia 

Já para a vice-presidente da Associação dos Alumni Estados Unidos-Angola, Indira Fuacanangui, a nova líder da Assembleia Geral prova que a mulher pode liderar com eficiência.

“Trará uma liderança participativa, em que haverá mais inclusão, conforme dizia. E não só, aspetos ligados a questões de desigualdade salarial, da manutenção da paz, a crise climática, a pobreza e do poder. Então, dar mais espaço para esses assuntos mais difíceis de se resolver, porque temos assistido muitas mulheres que são muito fragilizadas, banalizadas e à violência contra as mulheres. Precisamos ver que esta nova liderança traga uma esperança, uma forma de liderar que possa inspirar as mulheres a tomarem outro rumo, a terem outra decisão e melhoria naquilo que é a questão global e continental.”

Annalena Baerbock promete dirigir a 80ª sessão da Assembleia Geral com visão de unidade e cooperação. A primeira mulher do grupo regional da Europa Ocidental a ser eleita para o cargo e uma das líderes mais jovens de sua geração.

Ela despontou na política no Partido Verde da Alemanha e foi escolhida como ministra das Relações Exteriores no governo do ex-chanceler federal Olaf Scholz.

Annalena Baerbock assume o cargo em um momento marcado por dezenas de conflitos em andamento, passos para acelerar metas de desenvolvimento, crescentes pressões financeiras e iminente seleção do próximo secretário-geral.

Disse que o seu foco será no que os países podem fazer juntos, em vez de me perguntar o que os divide porque mundo é melhor junto.

Jornal Comunidades Lusófonas
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